Descrição de chapéu COP30 forças armadas

Força Aérea restringe espaço aéreo, poderá derrubar drones e usará caças na COP30

  • Aviões F-5M equipados com mísseis e A-29 Super Tucano farão patrulhamento na região de Belém
  • Equipamentos antidrones estarão, principalmente, próximos ao aeroporto da capital paraense
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A FAB (Força Aérea Brasileira) vai fechar parte do espaço aéreo de Belém (PA) durante a realização da COP30, conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, restringirá aviões, promete derrubar drones em áreas proibidas e fará reabastecimento de caças equipados com mísseis em pleno voo.

A COP ocorre de 10 a 21 de novembro e será precedida por um encontro de líderes mundiais, nesta quinta (6) e sexta-feira (7) —as restrições aéreas vão até sábado (8).

As ações de defesa aeroespacial foram detalhadas nesta terça-feira (4) em Brasília pelo COMAE (Comando de Operações Aeroespaciais), da Aeronáutica.

Avião de caça militar com pintura camuflada verde, cinza e preta voa em céu azul claro sem nuvens.
- Caça F-5M Tiger II, da FAB, durante apresentação no Domingo Aéreo realizado no dia 28 no Pama (Parque de Materiais Aeronáuticos), da Força Aérea Brasileira - Fábio Pescarini - 28.set.25/Folhapress

Segundo o tenente-brigadeiro do ar Alcides Teixeira Barbacovi, responsável pelo comando, a Força Aérea atuará com as aeronaves de caça F-5M —equipadas com mísseis Python 4— e A-29 Super Tucano.

Um decreto publicado pelo governo federal na última quinta-feira (30), com validade até domingo, autoriza pilotos desses caças a, inclusive, derrubar aviões considerados hostis.

Entre outras aeronaves militares serão usados o cargueiro KC-390 Millennium para realizar reabastecimento em voo. "Será um tanque de combustível no ar, fazendo com que o F-5 possa voar o tempo todo", afirma o tenente-brigadeiro.

Os caças da FAB chegaram a Belém na última segunda-feira (3).

Também estarão disponíveis um avião E-99, que que conta com radar para vigilância do espaço aéreo, e helicópteros H-60L Black Hawk para missões de busca e salvamento, além de transporte de equipes para controle de solo.

Conforme o oficial, a Aeronáutica irá operar equipamentos antidrones em áreas com restrição, como nas proximidades do aeroporto de Belém, para aumentar a segurança da navegação aérea em virtude do aumento no numero de voos por causa da conferência do clima.

"Trouxemos esses equipamentos [para Belém] porque temos um aeroporto muito próximo da cúpula", afirma o oficial Barbacovi.

O decreto também faz restrição do espaço aéreo, com proibição de acesso de aeronaves não permitidas, por exemplo, nas proximidades do centro de convenções do evento.

Áreas com restrição

Raios a partir do Centro de Convenções da Amazônia

  • Branca (reservada)

    148 km

  • Amarela (restrita)

    111 km

  • Vermelha (proibida)

    8 km

  • Supressão

    2 km

Na área branca, os aviões deverão ser previamente autorizados.

Já nas áreas amarela e vermelha, é necessário submeter o pedido de autorização especial de voo ao Comando de Operações Aeroespaciais.

Na área amarela não serão permitidas aeronaves remotamente tripuladas, como drones.

Na de supressão, atingindo a um raio de 2 km, do centro de convenções, só poderão entrar ou sair aeronaves cumprindo missões de apoio à vida, também mediante de autorização da Aeronáutica.

"A ativação das áreas ocorrerá 1h antes do início dos eventos da cúpula, até 1h após o final deles", afirma a Força Aérea.

Ao todo, a Aeraonáutica terá cerca de 3.000 militares em Belém e região durante a COP30.

Por causa da conferência do clima, foram feitas reformas na Base Aérea de Belém. Houve, por exemplo, ampliação do pátio operacional. A expectativa é que o local possa receber mais de 80 aeronaves por dia e ampliar a capacidade de estacionamento para dez aviões simultaneamente.

Delegações de 28 países ainda negociam hospedagem para a conferência. Outras 159 nações confirmaram ter reservas de acomodação para o evento.

O governo Lula (PT) decretou uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) em algumas áreas de Belém durante a conferência. O decreto foi publicado no Diário Oficial da União de segunda-feira.

O texto incluiu também ações das Forças Armadas "em áreas com infraestruturas críticas" nas cidades de Altamira e Tucuruí: entre elas as usinas de Belo Monte e de Tucuruí. A GLO dura até o próximo dia 23.

De caráter excepcional e temporário, a GLO é uma ação militar que reúne as Forças Armadas a partir de ordem do presidente. A medida é aplicada em graves situações de perturbação da ordem, quando há esgotamento das forças tradicionais, e, na prática, autoriza militares a atuar com poder de polícia.

O documento prevê também ações das Forças Armadas nas vias de ida e de retorno das comitivas entre o Parque da Cidade e o Porto de Outeiro, nas vias de acesso e saída entre o aeroporto, a base aérea de Belém e os locais de evento ou de hospedagem. Além disso, as Forças Armadas também atuarão em rios e baías.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Patrocínio: