Descrição de chapéu governo trump

Califórnia aprova novo mapa eleitoral em reação a Trump e fortalece democratas

  • Redesenho de distritos aumenta chances de oposição ganhar mais assentos na Câmara federal
  • Presidente apoiou medida semelhante no Texas, onde maioria reformulou mapa eleitoral para melhorar posição republicana
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Brasília

Os californianos aprovaram nesta terça-feira (4) a mudança dos distritos eleitorais do estado para as próximas eleições, uma vitória para o Partido Democrata em oposição ao presidente Donald Trump.

O Legislativo da Califórnia, de maioria democrata, desenhou e aprovou novo mapa eleitoral em reação a medidas semelhantes tomadas em unidades da federação de maioria republicana para favorecer Trump nas eleições que renovarão parte do Legislativo em 2026.

A proposta, que retira temporariamente a autoridade de uma comissão paritária responsável por desenhar os distritos eleitorais e aplica o novo mapa aprovado, precisava do aval da população através de um referendo.

Americana em seção eleitoral do condado de El Dorado, na Califórnia, em pleito sobre redesenho de distritos eleitorais
Americana em seção eleitoral do condado de El Dorado, na Califórnia, em pleito sobre redesenho de distritos eleitorais - Fred Greaves - 4.nov.25/Reuters

Com a vitória da chamada Proposição 50, o novo mapa eleitoral passa a valer no pleito de 2026, quando o estado vai escolher novos representantes para a Câmara federal, além das duas Casas do legislativo estadual, governador e outros cargos.

A aprovação da medida é uma vitória para o governador Gavin Newsom. O democrata encabeçou a mudança em resposta à medida semelhante tomada pelo Texas, estado de maioria republicana, e apoiada por Trump.

A proposta texana, aprovada em agosto após resistência de legisladores estaduais democratas, desencadeou discussões semelhantes em outros estados de maioria republicana, como Ohio, Flórida, Indiana e Missouri, assim como em estados de maioria democrata, casos de Maryland e Illinois.

A justificativa democrata na Califórnia era de ao menos neutralizar as mudanças texanas. Os dois são os estados com maior número de representantes no Congresso, 52 para os californianos e 38 para os texanos.

O novo mapa eleitoral da Califórnia aumenta a concentração de áreas majoritariamente democratas e com isso pode resultar em cinco cadeiras a mais para o Partido Democrata na Câmara federal nas eleições de meio de mandato, marcadas para novembro do ano que vem.

Para diversos cargos dos Legislativos federal e estaduais, o eleitor escolhe um representante por distrito, subdivisões criadas e reformuladas com base em dados dos censos nacionais, realizados a cada dez anos. Na teoria, essas mudanças periódicas servem para refletir melhor a composição demográfica interna do estado, evitando distorções representativas.

O redesenho, no entanto, é frequentemente feito com base em interesses da legenda majoritária em cada estado para maximizar ganhos políticos, prática conhecida como gerrymandering.

Newsom tem se colocado de forma mais incisiva como contraponto a Trump principalmente desde a decisão do presidente republicano de enviar a Guarda Nacional para conter protestos contra agressivas medidas anti-imigratórias federais no estado.

O governador californiano vinha se esquivando de afirmar que considerava se candidatar à Presidência em 2028, mas admitiu essa possibilidade no fim de outubro.

Newsom tem aumentado suas críticas a Trump e liderou a campanha pela aprovação da Proposição 50, que retira temporariamente a autoridade de uma comissão paritária responsável por desenhar os distritos eleitorais e aplica o novo mapa aprovado no Legislativo do estado.

O democrata acusou Trump de estar fraudando as eleições para o Legislativo federal do ano que vem ao apoiar mudanças no Texas e em outros estados, e disse que o presidente "não está de brincadeira".

"Ele [Trump] está mudando as regras e fraudando o jogo porque ele sabe que vai perder se as coisas continuarem como estão. Ele não esperava que a Califórnia respondesse na mesma moeda", afirmou o governador em entrevista à NBC News antes da aprovação final da proposta no referendo.

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